domingo, 20 de fevereiro de 2011

Segredos


A: Você sabe porque tudo isso aconteceu ?
V: Sim.
A: Porque ?
V: Porque tinha que ser assim.
A: Hum...
V: Você sabe por que eu te liguei ?
A: Não.
V: Você não quer saber o por que ?
A: Tanto Faz.
V: Porque eu precisava ouvir sua voz.
A: Legal.
V: Você mudou.
A: Eu não mudei muito. Só cansei de ser trouxa.
V: Você não era trouxa.
A: Sim, eu era. Eu acreditava que o amor existia.
V: E o amor não existe ?
A: Não.
V: Então o que era aquilo que a gente sentia um pelo outro ?
A: (pausa)...
V: Viu só, ele existe.
A: Existia.
V: E não existe mais ?
A: Não.
V: Por que ?
A: Porque eu não te amo mais.
V: Tem certeza.
A: (pausa)...
V: Viu só, você ainda me ama.
A: Não como antes.
V: Pode até ser... então o amor não existe mais, realmente.
A: É.
V: Então se você não sente mais nada por mim, então por que ainda atende os meus telefonemas ? Por que ainda fala comigo ?
A: Porque eu ainda te considero o meu melhor amigo.
(silêncio)
A: Mas eu não queria que você fosse o meu melhor amigo.
V: Por que ?
A: Porque depois de tudo o que aconteceu, é impossível a nossa amizade continuar a mesma de antes.
V: É verdade.
A: Mas ainda tem uma coisa dentro de mim, que eu queria que você soubesse. ("eu ainda te amo de verdade e eu seria capaz de tentar tudo outra vez !", pensou ela)
V: O que é ?
A: Eu não sei se devo te contar.
V: Lá vai você começar com essa história...
A: Que história ?
V: Essa de "não sei se devo contar" ! Fala sério, quantas vezes eu já te disse que odeio isso ?
A: Você sabe que eu sou assim.
V: Sim, eu sei. E você sabe que esse sempre foi um dos motivos das nossas brigas.
A: Sim, por que você sempre me questiona, eu não sei se devo realmente contar tudo pra você, eu tenho medo de contar uma coisa que não valha a pena você saber.
V: A mano, cala a sua boca, já que é assim eu também tenho uma coisa que eu deveria te contar ! ("é esse seu defeito de nunca saber se deve contar que me encanta, e eu te amo do jeito que você é, eu implico, porque eu amo a sua cara de brava, eu amo cada detalhe da sua face, cada parte do teu corpo... eu amo quando a gente se abraça, eu amo quando a sua mão percorre o meu corpo, quando a minha mão desliza em seu ventre, quando a sua mão tira a minha camisa... eu te amo cada dia mais" pensou ele)
A: Então conta...
V: Não vou contar. Eu também tenho o direito de esconder as coisas de você. E quer saber ? Morra com esse seu segredinho idiota !
(desligou o telefone)
Ele correu até a casa dela para fazer uma surpresa, ele queria reatar o namoro, e fazê-la a garota mais feliz desse mundo, porém ele chegou tarde demais. Ela teve a mesma idéia, mas na metade do caminho foi atropelada por um caminhão e teve morte instantânea. Ela morreu sem saber o quanto ele ainda a amava, e sem contar a ele que não poderia viver sem ele. Ele continuou vivo, sem saber o segredinho idiota que ela guardava, e sem poder fazê-la feliz.
FIM

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